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Para sempre.

Que passem os segundos, os minutos, as horas, os dias.. mas que esta paixão não passe nunca. Que passem lá fora as pessoas, os carros, que a vida continue, mas que este calorzinho bom não vá embora nunca. Que o céu mude de cor, que as estrelas adormeçam e acordem, que o sol e a lua brinquem às escondidas, enquanto o nosso amor cresce cada vez mais. Que os animais e as plantas cresçam e pulem e cantem e vivam livremente, que enquanto eu te tiver preso no meu abraço, nada me distrai. Que o silencio seja de ouro e as gargalhadas de prata, que o teu riso seja a fonte onde vou beber todos os dias, que o teu respirar me embale e que a tua boca me beije.. que as tuas mãos me protejam sempre, que o teu corpo seja o meu porto-de-abrigo e que esta loucura não passe nunca.. que este desejo de te ter, de te amar, de te procurar não finde nunca. Que este amor nunca acabe. Porque prometemos que seria para sempre.

Um niquinho de inveja, um niquinho..

Eu adoro ser mulher, a sério. Adoro tudo. A nossa condição, a nossa sensibilidade, o dom que a natureza nos deu de sermos capaz de gerar vida. O facto de a nossa roupa ser muitíssimo mais gira e mais variada. O poder de concentração que temos ao ler a Cosmo ou a LuxWoman. A ginástica que fazemos para tratar da casa, do nosso clã, do nosso sucesso profissional e de nós. A emoção que carregamos ao ver um filme baseado numa qualquer obra de Nicholas Sparks e a falta de vergonha de chorar baba-e-ranho no cinema. Adoro que a industria da cosmética evolua freneticamente por nossa causa. Amo de paixão ter nascido mulher e tenho muito orgulho nisso. Mas, e há sempre um 'mas' e não me digam que não!, lá no fundo, no fundo, invejo essa descontracção masculina em relação a quase todas as máximas da vida. Ora, não há jantar feito? Não faz mal, umas sandes e uma cola resolvem qualquer problema. É que os homens são assim: descomplicados, mais simples, mais curto-e-grosso, mais deixa-arder-qu...

A ruína.

Ele há coisas que me transcendem. Alguém me explica como é que existem tantas almas viciadas nos sites de redes sociais? É que enquanto foi o básico Hi5, em que depositávamos lá os nossos interesses e as melhores poses fotográficas, esteve tudo muito bem.. agora, quando a vida passa a ser baseada nas colheitas que temos que fazer ainda hoje, já é sinónimo de que algo vai mal. A par do toma-lá-mais-cinco, cresceu o famoso Facebook que, para além de permitir que se post  o que nos vai na alma, também tem jogos bastante úteis para a sociedade em geral. Quem nunca sonhou ser hortifruticultor, pau mandado de uma família italiana ou empregado de mesa de um café virtual? Acredito que já existam depressões porque as vacas castanhas não estão a render tanto leite com chocolate como deviam; desconfio que muitas crises existênciais se criam em torno da cor do celeiro que vão construir; quase que aposto que muitos verteram lágrimas quando a plantação de tulipas murchou.. já para não falar...

«Longo Domingo de Noivado»

Por ser Domingo, o dia da preguiça, o dia do não fazer nenhum, acordei nostálgica e carente!Lembrei-me de todas as coisas que deveria ter feito durante a semana e não fiz, e resolvi deixar para a próxima semana. Sim, eu também sofro do mal de todos os portugueses: é prá' manhã o que posso fazer hoje! Mas sinto-me assim, especialmente, aos Domingos.Quando era míuda, os Domingos eram dias enormes, que duravam eternidades para passar. Lembro-me que me levantava bem cedinho da cama. Acendia o televisor e devorava as torradas com café com a mesma fúria com que devorava os Amigos de Gaspar! Seguia-se o habitual banho da manhã, o secar e repuxar de cabelo, o vestido engomado, os sapatos engraxados, limpa e perfumada e ficava ali, imóvel a ler os livros da Anita até serem horas da missa.Depois do sacro-habito cumprido, corria para casa, onde me esperava o habitual cozido à portuguesa de Domingo. E que ainda hoje faço caretas para comer. A tarde era longa e demorava a passar. Se fazia sol, ...

Ironias..

É engraçado que um Olá venha sempre acompanhado de um Adeus ; é engraçado como as boas memórias conseguem fazer-te chorar ; é engraçado como o 'para sempre' parece que nunca dura ; é engraçado o quanto tu perdes se esqueceres o passado ; é engraçado que os teus 'amigos' te deixem quando tu mais necessitas ; é engraçado que quando tu mais necessitas alguém , nunca está ninguém ao teu lado; é engraçado como as pessoas mudam e pensam que estão muito melhor ; é engraçado o número de mentiras que pode conter uma 'carta de amor' ; é engraçado que as pessoas consigam perdoar , mesmo que não consigam esquecer ; é engraçado que só uma noite possa conter tanto arrependimento; é engraçado como a vida se torna tão irónica .. mas o que é deveras engraçado é que, nenhuma destas coisas, tem graça para mim.

Oxalá.

Oxalá não me faltem as palavras. Não me faltem os pretextos e os textos. Não me falte a vontade, nem o tempo, nem o gosto. Oxalá não me faltem as ideias, os amores e os dissabores. Não me falte o sentido e o sentimento. Oxalá não me falte o pensamento. Nem o alento, a paciência e a alegria. Oxalá não me falte o bom senso. Nem a critica e a vergonha, nem a lábia, nem a força. Oxalá não me falte o despeito e o respeito. Nem o que sinto no peito e o que me vai na razão. Oxalá não me falhe o coração.

Saudades..

.. dessas quintas-feiras de Arraial. Quando a Penha se enchia de gente, que nunca se sabia onde andava tanta gente a estudar durante a semana, que mais parecia que a noite não tinha fim, quando as tunas actuavam e todos se deixavam ir pelos passos de dança e pelas serenatas, quando o vinho era de garrafão e a imperial quase de borla, quando o estudantes (deveras!) se divertiam e que quando tudo acabava ali na Penha, a rua do Crime era rainha. Saudades do tempo de estudante, contando os tostões pra essas borgas, correr as capelinhas todas, não ter horas para nada, nem fome.. só sede! Sede de conviver, sede de fazer amigos, sede de diversão, sede de paródia, sede de copos!! Óh Infantes.. deixaram morrer os arraiais!

Faltam 22 dias..

para as merecidas férias. Os dias parecem anos a passar.. credo! Não vejo a hora de me sentar descansada a ler um livro, a ver tv, a entrar pelo Ryanair adentro e rumar pró frio da nossa Europa do Norte.. ir saborear o gosto de outras culturas e passear-me cheia de frio por esses lugares lindos que a terra tem para nos mostrar.. ir dar um abraço forte à prima e ao seu italiano que já temos saudades e curtir como moços pequenos a liberdade de uns dias fora deste habitat natural. Dizer adeus ao tormento diário de ir trabalhar, de levantar cedo, de comer à pressa e não ter tempo nem pra pestanejar. Já me vejo a cheirar tulipas e a beber cerveja em canecas geladas. Pôr de lado a farda e calçar as All-stars e correr ruas, vielas, avenidas, corredores de aeroportos e caminhos nunca antes pisados. Desligar o cérebro e não querer saber de mais nada, senão dos meus e dos meus ricos dias de descanso. Desligar o despertador e ligar as pilhas pra ter sempre vontade de me divertir.. e nunca baixar ...

O «mê» falar..

Qu'isto de ser algarvia tem mais que se lhe diga.. que trabalhar com gente de Fáre e Olhão, Fuzeta e Loulé e ser moça da Vila (Real de Santo António) dá-nos uma estaleca desgraçada em dialectos algarvios. Má porqué que falamos assim? Ficamos logo com a marca de que falamos mau português.. o que não podia ser mais erráde.. Quem ouve de fora, parece-lhe aquilo que é: uma algaraviada. Maje a gente entendesse. Assistir a um diálogo entre dois algarvios, pode parecer uma cena de comédia, para alguns até mesmo uma lingua estranha de perceber, mas no fundo, é assistir ao mais diversificado dialecto. Uma receita que meta griséus , vagens e ervilhanas , confunde o mais prestigiád chéf de cozinha. :) Se assistirem a uma conversa entre dois colegas no aeroporto, deve sair uma coisa mais ou menos assim: -Atão? Méquié? -Atãaaaooo maninh'! Táj'aí? -Atã nã sabes?? -Tá munta fritaria aí hoj'? -Má atão? Nã sabes'já? -Dass.. lóg hoj qu'ê nã tô capaz.. -Por cá de queim? -Mós...

Ao fundo das coisas

Quando é que vamos até ao fundo das coisas? Chegamos? Não chegamos? Quando nos pomos a pensar no verdadeiro sentido que algumas coisas têm para nós, pensamos tanto, vasculhamos tanto, deitamos tanto fumo pelas orelhas que pensamos que chegámos ao busílis da questão! E eu, pensando no fundo das coisas, pensei que no fundo nunca chegamos a lado nenhum! Fundo... o mar, um buraco, o fundo do copo e da garrafa, o fundo da rua, o fundo do tacho, o fundo do bolso, o fundo do poço, o fundo do saco e o fundo da carteira, o fundo da fossa, o fundo monetário, o fundo da piscina, o fundo do rio, o fundo da sala, o fundo da gaveta, o fundo da pista, o fundo da boca, o fundo do palco, o fundo da terra, o fundo da linha, o fundo do prato, do fundo da alma, o fundo da mala, o fundo da casa, o fundo do sofá, o fundo da gruta, o fundo da questão, no fundo do mato, do fundo do coração, a fundo, sem fundo, no fundo... Vivemos rodeados de fundos profundos e outros que nem por isso. A uns chegamos e a outro...

A viagem

Quando a saudade aperta, costumo viajar para fora de mim. Mesmo de olhos abertos, embarco num misto de nostalgia e deixo-me levar... só porque sim, só porque é bom. Não fico angustiada. A saudade é a recordação, é a falta que nos faz.. até pode ser o vazio que sentimos. Mas é o que vivemos. Se sentimos é porque fez parte de nós. E nós gostámos. Não se sente saudades do que não se gosta. Não se sente saudades do que não se viveu, não se sente saudades do que não nos ficou na lembrança e marcado na pele. Enquanto viajo nesse mundo de emoções, tudo vem ao de cima. É como o azeite na àgua, é como a verdade. Quase que dá para sentir o cheiro, o tacto. Recordar momentos passados, sentir o que já sentimos, com a mesma emoção, com o mesmo sabor, com a mesma intensidade. É como esfolhear um livro. Página a página, de trás para a frente, ler, reler e voltar a ler e ficar parado no tempo, esquecer as horas, saborear cada bocadinho como se fosse acabado de acontecer. Mesmo que tudo esteja enterrad...

Berloques & Notas

O meu desejo de escrevinhar vem desde cedo. Desde pequena que escrevo tudo o que me vai na alma. Sejam verdadeiros testamentos, às pequenas frases soltas. Escevro, escrevo, escrevo, não porque me ache pseudo-intelectual, mas porque me liberta. Faz com que os monstros que se escondem debaixo da minha cama, saiam cá para fora e rodopiem todos no chão do meu quarto, em eufórico bailarico. Hove tempos em que me predispus a escrever um livro. Que ideia tonta, soberba, grande e descabida. Eu? Escrever um livro?!? Ah pois, sim senhor.. então adeus e até amanhã , que essa ideia nunca saiu da gaveta. Nunca tive a coragem, a ousadia, o tempo e a vontade (porque também se trata disso, vontade) de escrever um feito digno de passar para o papel, com capa e contra-capa, prefácio, índice, edição numerada e revisão de editor. Hoje, com quase trinta anos, acordei com vontade de revigorar o sonho antigo. Porque não? Porque me acho pouco capaz? Quando a alma não é pequena , tudo se faz, tudo se consegue,...

Cenas nocturnas hilariantes!

A noite passada, estava eu à varanda quando vi uma cena hilariante. O prédio da frente está próximo do meu, aliás uma praceta de garagens nos separa. Portanto, é fácil reparar no que se passa nas outras casas, especialmente se as janelas estiverem abertas. A minha vizinha da frente tem dois filhos. Um pequenito, que já dormia e um outro que deve ter 14 ou 15 anos. E foi esse mesmo o protagonista. Reparei que estava no quarto dele, ao computador. Passado uns segundos vejo-o de gatas na cozinha, a remexer na mala da mãe. Foi-se embora rapidamente (talvez devido a algum ruído!) e voltou de gatas, remexeu, remexeu, abriu a carteira, escolheu um cartão, escondeu no pijama, saiu da cozinha de gatas e foi-se sentar no quarto em frente ao computador. Das duas uma: ou a mãe sabia e deu-lhe autorização ou o puto fez merda!

Brasil, brasileiros e afins..

.. Deve ser uma terra bonita. Só a sua extensão faz adivinhar as maravilhosas paisagens que lá se vislumbram. Mas que não me fascinam. Perdoem-me os nativos, não é uma questão de racismo, é apenas uma questão de gosto. De gostar e não gostar. Gosto da diversidade da paisagem brasileira. Acho que por este país só tenho mesmo o gosto geográfico. Estudei língua portuguesa e concluindo, a língua brasileira é uma 'versão' da portuguesa, é uma 'mixórdia' da língua portuguesa falada no séc XVI com dialectos índios e africanos. Portanto: nem a proximidade linguística me agrada. Acho que o falar doce, arrastado, meloso só denota manhosice, cinismo.. a sério, desculpem-me a franqueza, mas é aquilo a que me soa: falso. Ninguém pode estar sempre 'numa boa, cara!', a vida não é um 'show de bola', nem sempre é 'tudo jóia' porque metade é mesmo uma merda.. é a realidade. Favelas, meninos de rua, pobreza, ladrões, vigaristas, mulheres desesperadas por um europeu...

O porquê dos porquês.

Quando tentamos ter respostas para tudo, entramos num beco sem saída. Sim, isso mesmo. Não se trata do grau de inteligência, nem do Q.I., nem do intelecto, nem da perspicácia. Por mais agudeza de espírito que se tenha, o porquê dos porquês é sempre uma carga de trabalhos, uma dor de cabeça. Porque é que estamos assim, porque vivemos desta forma, porque viemos aqui parar, porque é que nascemos pobres, porque é que alguns são putridamente ricos.. porque estamos com determinadas pessoas e porque é que algumas se afastaram das nossas vidas. Porque é que não nos lembramos de coisas simples e não conseguimos esquecer casos complicados? Porque é que sonhamos com o impossível, porque é que o possível é tão aborrecido ao ponto de não o desejarmos? Porque é que lutamos, porque choramos, porque berramos? Porque sorrimos, porque brincamos, porque amamos? Porque é que sentimos 'aquele' friozinho na barriga, porque é que sentimos ódio? Porque é que sentimos saudade e sentimos desprezo? Porqu...

Singularidades de uma rapariga..

.. ainda que não seja loura ou loira (dependendo de quem lê, claro!), se bem que o termo correcto é LOURA. Chateio-me muitas vezes porque, as pessoas são muito 'poucochinhas', ao ponto de apontar o dedo aos outros, ou por aquilo que são ou por aquilo que têm, ou pelo que pensam ou pela aparencia.. E eu não escapo aos mirones. Já dei por mim muitas vezes na boca do povo e ficava (passado) magoada com isso, porque não entendia porque raio haveriam as pessoas de falar de mim. Com o passar do tempo, fui-me apercebendo que os pobres de espírito só falam da vida dos outros.. aliás, o ignorante é o que mais fala (seja do que for!)!.. e deixei de dar importância. Mas, analisando aquilo que sou ou que tenho, até percebo o porque de ser notícia na boca do povinho. Mais que não seja, por ser única, singular.. Ora, pensando eu na vidinha que tenho e na que me é permitida ter, ocorreu-me que, apesar de passar a vida em queixumes até sou mocita para ter uma vidinha tranquila. Senão, vejamos:...

Neuras.

Sim, que também as tenho, que uma gaja não é de ferro e que isto de parecer (ou ter de ser) controlada, que já sou crescida e mãe, e coisa e tal, não tá mesmo com nada. Neuras. Neurótica, ando assim. Ele é porque a roupa não me serve, mas o que é que eu quero se ainda há 8 meses fui mãe, e tinha um barrigão de fazer inveja ao Pavarotti, e não há dieta nenhuma que me sirva, e gastei 20€ numa porcaria qualquer que comprei na farmácia e não dá resultado nenhum, só sabe mal, e não durmo as horas que devia e as horas que o dia tem são poucas prás milhentas coisas que tenho que fazer, e trabalho como uma camela e recebo pouco e gasto muito, e às vezes não tenho paciência nem sequer para ouvir os meus pensamentos, que quem me dera estar nas Caraíbas e apanhar sol e gozar do dolce fare niente e andar a laurear a pevide todo o santo dia.. e quando penso que não posso, neste momento, de maneira nenhuma, satisfazer a minha vontade, entra-me uma neura daquelas... pff.