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A viagem

Quando a saudade aperta, costumo viajar para fora de mim. Mesmo de olhos abertos, embarco num misto de nostalgia e deixo-me levar... só porque sim, só porque é bom. Não fico angustiada. A saudade é a recordação, é a falta que nos faz.. até pode ser o vazio que sentimos. Mas é o que vivemos. Se sentimos é porque fez parte de nós. E nós gostámos.
Não se sente saudades do que não se gosta. Não se sente saudades do que não se viveu, não se sente saudades do que não nos ficou na lembrança e marcado na pele.
Enquanto viajo nesse mundo de emoções, tudo vem ao de cima. É como o azeite na àgua, é como a verdade. Quase que dá para sentir o cheiro, o tacto. Recordar momentos passados, sentir o que já sentimos, com a mesma emoção, com o mesmo sabor, com a mesma intensidade. É como esfolhear um livro. Página a página, de trás para a frente, ler, reler e voltar a ler e ficar parado no tempo, esquecer as horas, saborear cada bocadinho como se fosse acabado de acontecer. Mesmo que tudo esteja enterrado no mais profundo do nosso ser.. quando as saudades dos tempos já vividos nos assombram, experienciamos uma das sensações mais maravilhosas que a nossa mente oferece: a viagem.


Comentários

Ana Omelete disse…
Ainda bem que não nos esquecemos.. é sinal que não sofremos de Alzheimer. E, se por um lado, algumas memórias nos trazem sofrimentos e angústias, outras nos trazem alegrias e momentos que jamais se repetirão..

Um beijinho e bom fim-de-semana para a famelga :-)

(mudei-me para o Blogger, o SAPO põe demasiadas restrições à "personalização" para o meu gosto.. vemo-nos lá?)

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A boa filha à casa torna..

... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4