Por ser Domingo, o dia da preguiça, o dia do não fazer nenhum, acordei nostálgica e carente!Lembrei-me de todas as coisas que deveria ter feito durante a semana e não fiz, e resolvi deixar para a próxima semana. Sim, eu também sofro do mal de todos os portugueses: é prá' manhã o que posso fazer hoje! Mas sinto-me assim, especialmente, aos Domingos.Quando era míuda, os Domingos eram dias enormes, que duravam eternidades para passar. Lembro-me que me levantava bem cedinho da cama. Acendia o televisor e devorava as torradas com café com a mesma fúria com que devorava os Amigos de Gaspar! Seguia-se o habitual banho da manhã, o secar e repuxar de cabelo, o vestido engomado, os sapatos engraxados, limpa e perfumada e ficava ali, imóvel a ler os livros da Anita até serem horas da missa.Depois do sacro-habito cumprido, corria para casa, onde me esperava o habitual cozido à portuguesa de Domingo. E que ainda hoje faço caretas para comer. A tarde era longa e demorava a passar. Se fazia sol, vestia as calças de ganga e calçava os ténis e ia brincar para a rua, com os resto da criançada, até serem horas do lanche. Se chovia, ficava à janela de casa, a ver os pingos de chuva bater nos vidros e a inventar as mil-e-uma brincadeiras que a minha imaginação permitisse.Eram longos os Domingos na minha infância. Eram longos e sabiam bem. A terra silenciava. Os carros calavam-se e as andorinhas cantavam ao fim da tarde. Ainda hoje tenho saudades desses momentos. E ainda hoje isso me faz falta.Hoje em dia, se não estou a trabalhar fico nostálgica, cheia de preguiça. Desejo que o dia nunca mais acabe e que seja sempre Domingo. Especialmente hoje, este Domingo.. sinto-me amada, querida e desejada; sinto-me importante e útil, sinto-me protegida e abençoada. Sinto e pressinto que este vai ser um longo Domingo de Noivado.
... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos. Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa.
Comentários
Se não tiver nada combinado ao Domingo, dá-me uma preguicite enorme, fico a ver filmes, a adiar o que tenho de fazer, a comer bolachas, a ler o que não li, tudo em câmara lenta, como se os minutos não passassem, nem os dias..
Boa noite :o)
Beijinhos **
É o que dá ter um homem que adoraaaa chuva! E conduzir a chover! Dá para acreditar?!?!