Aquilo que mais me lixa, enquanto mulher, é que me subestimem. Em todos os sentidos. Mas, se na nossa esfera familiar ou social, facilmente conseguimos inverter a situação, no meio profissional a cantiga já é outra. Faço o mesmo, ou talvez melhor, que muitos dos homens que estão acima de mim. No entanto, enquanto mulher não sou valorizada. E digo enquanto mulher porque, a minha avaliação de desempenho profissional é claramente superior à de homens colegas que são promovidos ou ocupam lugares de chefia. Logo, a descriminação só pode ser sexista. Senti logo esse dedo inquisidor quando engravidei pela primeira vez. Se soubesse o que sei hoje, outro fado tinha sido cantado. Infelizmente, a ingenuidade e a falta de calo não me deixaram fazer o que seria o correcto. Hoje, arrependo-me. A verdade é esta: em pleno seculo vinte e um, a mulher ainda é vista como uma submissa, como um apêndice ou como uma profissional de segunda. Vergonhoso, não é? Analisando bem os números, a frio, é um