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O peso do tempo

Cinco meses se passaram. Cinco. Passou o fim do verão, o regresso às aulas, o natal e o fim de ano. Começou um ano novo, um novo ciclo. 2015 promete ser em grande. Aqui, o pó assentou. Não se escreveu, não se sentiu, não se mostrou a alma. As palavras não saíram e o eco do silêncio foi-se perdendo com os dias.
 
Eu nunca sei bem porque razão vou e volto. Porque tenho esta mania de abandonar as palavras por uns tempos. Não sei se esta coisa da escrita tem ciclos. Apenas me afasto e espero que a vontade volte.
 
Nestes cinco meses fiz anos. 36. E deu-se-me uma espécie de pânico nostalgia por sentir o tempo a escorrer pelos dedos. Estou a dois pares de anos dos quarenta. Os quarenta são os novos trinta, não são? E ainda no outro dia me davam 30 anos, mais coisa menos coisa. Dizem que estou bem conservada, que me cuido. Eu suspiro e encolho os ombros. Não, não me cuido tanto como deveria. Tenho sorte de ter uma pele minha amiga e tenho cara de moça pequena. Já não é mau. É meio caminho andado para não me dar uma crise de meia-idade. Contudo, nada disto me passa ao lado ou me é indiferente. Tenho ainda tanta coisa por fazer, tanto sonho por cumprir, tanta cidade para conhecer..
 
O tempo pesa - e de que maneira! - quando sabemos que daqui para a frente todos os passos devem ser cuidadosamente estudados e calculados. Lá atrás vão os vinte anos, o tempo de viver por impulso, de deixarmos a nossa vida à sorte. O nosso futuro é já amanhã. E o tempo diz-me que tenho de me despachar a viver, sob pena de já ter tido todo o tempo do mundo e nada ter feito por mim.

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Well..

.. ao que parece, está tudo benzinho com o pequeno. A mãe tem uma infecção urinária assintomática e já está a antibiótico e o pequeno parece estar feliz da vida. O líquido que verti pode bem ter sido xixi, porque com as infecções é normal acontecer.. digamos que com a gravidez também, porque o peso pressiona a bexiga. Mas, de qualquer das formas, ela mandou vigiar o assunto. Por isso, aqui estamos. Um dia de cada vez.. e espero que esta gravidez chegue ao fim sem nenhum problema de maior.. e que logo, logo o Manuel esteja nos meus braços saudável e perfeito.

ando cansada..

Uma pessoa cultiva amizades, faz por elas, muitas vezes, mais do que pela própria família; alteramos planos, mudamos vidas, fazemos das tripas coração para estar presente. Não fiz o que fiz por desejar algo em troca, porque quando achamos que há amizade, não precisamos esperar nada em troca.. ultimamente, vou espreitar o facebook e as minhas queridas amigas, na minha ausência (será?), parece que me substituíram muito rápido. Não fui eu que desapareci. Nos meus piores momentos, elas é que não estiveram lá. E hoje, que passo os dias sozinha, sempre à espera que o marido e a filha cheguem a casa para ter com quem conversar, ninguém (mas mesmo ninguém, impressionante!) me chega à porta.. Ando cansada, mesmo cansada de esperar e de acreditar que as pessoas tem as vidas ocupadas. Porra, existem dias de folga, existem telefones, eu não me mudei para a China..

isto faz o meu estilo #5