Fomos comprar folhados de salsicha e amendoins. No frigorífico há sempre uma geladinha para o homem da casa (já lá vão os tempos em que eu também alinhava) e ice-tea de manga e limão para as meninas. À hora do jogo, vamos sentar-nos no sofá, a pequena vai pintar a cara com as cores da nação (daquelas diarreias mentais que se me dão quando vejo coisas baratas à venda no Lidl) e ainda anda por cá a vuvuzela. Depois emocionamos-nos sempre com o hino. E depois, é só esperar que aqueles meninos dos lamborghinis se portem bem e à altura. E que marquem golos. Muitos. Ou pelo menos os necessários para ganhar. Que uma grávida não pode sofrer de ansiedade por causa de um jogo de futebol.
Ele era um colega, que hierarquicamente estava abaixo de mim. Entrou uns anos depois de mim para esta empresa. Foi galgando lugares enquanto um macaco come uma banana. Não me perguntem como, nem porquê. Eu desconfio, mas ia ter de dizer muito palavrão para me justificar, portanto permanecerei uma senhora de bico calado. De lugar em lugar, de tarefa em tarefa. Pouco me importa se tem a língua negra de tanta bota engraxada, se tem dificuldade em sentar-se ou se comeu o pão que o diabo amassou. Desde que ele não me prejudique, ele lá e eu aqui, e amiguinhos como dantes. Mas quando a verborreia atinge patamares de superioridade, não há como passar despercebido. Uma pessoa pode ignorar, mas e conseguir? É como tentar ignorar um mosquito a meio da noite, no quarto. Tu bem tentas, mas é mais forte que tu. A criatura vai fazer uma apresentação numa reunião. Já de si, a situação tinha aqui material de sobra para que o Ricardo Araújo Pereira fizesse um brilharete. O ser está incha
Comentários
Nós também vamos ver com um grupo de amigos.
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E vou concerteza sofrer de ansiedade como tu :))
Baci*