Como eu tenho saudades dos domingos de criança. O dia em que comíamos cozido à portuguesa, em que me punha a pé para a missa ao meio-dia, em que a sirene dos bombeiros tocava com os sinos para anunciar que estava quase na hora; das tardes passadas no jardim a andar de bicicleta e das tartes de maça da pastelaria do Sr. Pide (sim, o senhor tinha sido bufo da pide e ficou com a alcunha até hoje!). Dos domingos de sol em que íamos brincar até à praia verde e bebia leite de chocolate. Como eu tenho saudades do cheiro daquela casa grande, do sótão, de brincar às princesas. Como eu tenho saudades daqueles tempos, em que fui feliz.
Ele era um colega, que hierarquicamente estava abaixo de mim. Entrou uns anos depois de mim para esta empresa. Foi galgando lugares enquanto um macaco come uma banana. Não me perguntem como, nem porquê. Eu desconfio, mas ia ter de dizer muito palavrão para me justificar, portanto permanecerei uma senhora de bico calado. De lugar em lugar, de tarefa em tarefa. Pouco me importa se tem a língua negra de tanta bota engraxada, se tem dificuldade em sentar-se ou se comeu o pão que o diabo amassou. Desde que ele não me prejudique, ele lá e eu aqui, e amiguinhos como dantes. Mas quando a verborreia atinge patamares de superioridade, não há como passar despercebido. Uma pessoa pode ignorar, mas e conseguir? É como tentar ignorar um mosquito a meio da noite, no quarto. Tu bem tentas, mas é mais forte que tu. A criatura vai fazer uma apresentação numa reunião. Já de si, a situação tinha aqui material de sobra para que o Ricardo Araújo Pereira fizesse um brilharete. O ser está incha
Comentários
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Eu falo por mim...entao eu que sou uma saudosista de primeira :o)
Baci*querida