Sou uma desgraçada. Tudo me acontece. Sim, tenho esta veia portuguesa a dar para o negativismo, para a desgraça, o horror e o drama. Sou quase uma Artur Albarran, acreditem. Depois de quatro dias de infortúnio, eis que os raios de sol parecem despontar no meu céu e já oiço qualquer coisa, lá muito ao fundo. O drama chegou ao ponto de eu insistir em pôr a míuda a ter aulas de linguagem gestual, não fosse a coisa dar mesmo para o torto. A televisão funcionou aos berros, caramba!, que uma pessoa também é gente e quer ouvir as notícias. Se falaram mal de mim, na minha cara, é bem possível que eu tenha sorrido sem saber para o quê.. é o que faço quando não oiço/não percebo/ou não ligo.. neste caso, não ouvi de todo. Tudo quanto era boca a mexer, provocava em mim o reflexo de sair um alto e estrondoso «O QUÊ?» e descobri que não sou tão boa a ler nos lábios como pensava. Mais uns dias e ponderava escrever um ensaio sobre a surdez. Mas não uma surdez qualquer, não senhora. Uma surdez que se apanha de forma completamente estúpida, em corpo de otite média.
Mas estas desgraças, muito choradas!, que é que pensam?!?, parecem ter os dias contados. Não quero já mandar os foguetes, mas o simples facto de já ouvir qualquer coisinha, é coisa para me deixar animada. Acho que já me sinto preparada para ir fazer compras online. Pronto, era isto.
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