Não vou trabalhar. A minha condição de fazedora de bebés não me permite. O meu trabalho é agressivo e pode prejudicar-me. E a médica não quer. E eu (tenho dias|alturas|momentos) concordo com ela. Excepto quando acordamos, pela manhã. E a pequena e o pai vão para a rua. Para os seus afazeres. Ver as outras pessoas. E eu fico em casa, num tédio profundo. Limpo e volto a limpar. Arrumo de um lado, desarrumo noutro. Vou à varanda ver o céu trezentas vezes. Abro os livros que já li, faço zapping, entupo o blog de posts, consulto a astrologia e dão-me ataques de riso. E suspiro porque não falo, não tenho muito que fazer e estou aborrecida. A vida para mim, começa às três da tarde, quando vou buscar a pequena à escola e digo bom dia ao mundo.
Uma pessoa cultiva amizades, faz por elas, muitas vezes, mais do que pela própria família; alteramos planos, mudamos vidas, fazemos das tripas coração para estar presente. Não fiz o que fiz por desejar algo em troca, porque quando achamos que há amizade, não precisamos esperar nada em troca.. ultimamente, vou espreitar o facebook e as minhas queridas amigas, na minha ausência (será?), parece que me substituíram muito rápido. Não fui eu que desapareci. Nos meus piores momentos, elas é que não estiveram lá. E hoje, que passo os dias sozinha, sempre à espera que o marido e a filha cheguem a casa para ter com quem conversar, ninguém (mas mesmo ninguém, impressionante!) me chega à porta.. Ando cansada, mesmo cansada de esperar e de acreditar que as pessoas tem as vidas ocupadas. Porra, existem dias de folga, existem telefones, eu não me mudei para a China..
Comentários
Vai passeando pelos blogues e afins que as três da tarde chegam rápido!
Daqui a nada tens o teu bebe nos braços :o)
Baci*
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