Avançar para o conteúdo principal

da tranquilidade dos dias

a noite de ontem foi um desastre. a tosse da pequena não deixou dormir ninguém, especialmente ela, que quase sufocava entre cada ataque. maldita -ite qualquer coisa que ataca as flores de estufa no inverno. o pai foi lá quinhentas vezes, tapou, destapou, pôs travesseiro, tirou travesseiro, sentou-a, deitou-a de lado. e nada. quando o despertador tocou ainda o sol não tinha nascido, foi buscá-la e trouxe-a para a nossa cama. bebeu uma caneca de leite e tomou o anti-biótico. depois sossegou. e assim ficámos as duas, num mimo matinal, até despontarem uns raios de sol pela janela. e não foi à escola, para que não viesse de lá pior do que o que está.

ficar em casa com a minha patanisca é uma das minhas coisas preferidas. ela faz brincadeiras. eu leio, viajo pela net, procuro novas coisas. ela vê televisão, faz uns trezentos disparates num quarto de hora, eu ralho trezentas vezes num quarto de hora, prometo castigos, invento histórias, limpo ranho, dou agua e resisto à chantagem emocional dela quando me pede uma barrinha de chocolate.

pediu-me as pulseiras e os colares. abriu-me a gaveta onde os guardo e experimentou todos de uma vez. quase ia caindo com o peso do pescoço. diz que quer ficar bonita para quando o pai chegar do trabalho.

enquanto está activa e de pé, tosse pouco, mas tem o nariz entupido e passa o tempo a ir ao espelho para abrir a boca e espreitar a campainha, para ver se o ranho escorre para a garganta, como lhe disse o doutor.

almoçámos esparguete com molho de tomate, nuggets e para a sobremesa um biscuit. comeu num prato grande, com talheres de crescida (na realidade, de sobremesa, mas ela cresceu prái cinco metros quando viu um garfo e uma faca). no fim, quis levantar a mesa, cravando-me logo de seguida uma barrinha de chocolate. e a força que temos de fazer para dizer não.

esta tarde vamos ver um filme. as duas, embrulhadas numa manta, no sossego do sofá. até que o pai chegue do trabalho e nos encontre quase na mesma como quando nos deixou.

oxalá fossem todos os dias assim. tranquilos.

Comentários

mary disse…
gosto tanto de ler posts destes... que dia tão maravilhoso. fico aqui numa ansiedade a anotar estes modelos de vida e a pensar que é isto que quero para mim um dia, exactamente isto!
Anónimo disse…
Tao bom!
Tao mimoso, as melhoras para ela.

Baci*
Turista disse…
Querida Rita, apareceu-me um dia mãe-filha maravilhoso, tirando a parte da maleita, da pequenina. Rápidas melhoras.
Unknown disse…
apesar da doença da tua filhota parece que aproveitarem bem o dia a duas :) :)
**

que a tosse a deixe dormir hoje

Mensagens populares deste blogue

Eu podia ignorar, mas é mais forte que eu.

Ele era um colega, que hierarquicamente estava abaixo de mim. Entrou uns anos depois de mim para esta empresa. Foi galgando lugares enquanto um macaco come uma banana. Não me perguntem como, nem porquê. Eu desconfio, mas ia ter de dizer muito palavrão para me justificar, portanto permanecerei uma senhora de bico calado. De lugar em lugar, de tarefa em tarefa. Pouco me importa se tem a língua negra de tanta bota engraxada, se tem dificuldade em sentar-se ou se comeu o pão que o diabo amassou. Desde que ele não me prejudique, ele lá e eu aqui, e amiguinhos como dantes.   Mas quando a verborreia atinge patamares de superioridade, não há como passar despercebido. Uma pessoa pode ignorar, mas e conseguir? É como tentar ignorar um mosquito a meio da noite, no quarto. Tu bem tentas, mas é mais forte que tu.   A criatura vai fazer uma apresentação numa reunião. Já de si, a situação tinha aqui material de sobra para que o Ricardo Araújo Pereira fizesse um brilharete. O ser está incha

Rogo-te uma praga, que nunca mais te endireitas..

.. porque sou uma moça da Vila e não levo nada pra casa comigo. Por isso, antes de se meterem aqui com a je , pensem duas vezes! :) Que podem saltar-me boca fora maravilhas como estas: « - Só queria que a tua língua crescesse tanto que chegasse aonde chegam os lampaços do farol da barra.» « - Permita Deus que tenhas uma febre tão grande, tão grande, que até te derreta a fivela do cinto. » « - Permita Deus que fiques tão magro, tão magro que possas passar pelo fundo de uma agulha de braços abertos.» « - Não sabia dar-lhe uma dor tão grande que nunca mais parasse, que quanto mais corresse mais lhe doesse e se parasse rebentasse. » « - Não sabia nascer-lhe um par de cornos tão grandes, tão grandes, que dois cucos a cantarem, cada um em sua ponta, não se ouvissem um ao outro. » « - Não lhe desejo mal nenhum. Só queria que vivesse mais 100 anos e engordasse um quilo por dia. » «- Não sabia dar-te uma dor de barriga tão grande que só cagasses pedra britada.» « - Permita Deus que toda a comi

Achei que o corte de cabelo da Letizia merecia o meu regresso..

  Se isto não é um exemplo de modernidade, não sei o que lhe chamar. A rapariga não é só a rainha de Espanha, é uma mulher moderna. E como mulher moderna que se preze, cuida da sua imagem. E só por esse gesto de corte com o tradicional e o correcto, só posso aplaudir a atitude. Já não posso dizer o mesmo da magreza. Num momento em que se apela ao fim da magreza extrema como sinónimo de beleza, num momento em que se defende um corpo saudável, ela aparece com as costas a descoberto.. e não consigo pensar em nada de positivo nesta imagem.