A minha tia que, neste preciso momento está de papo pró ar em Cabo Verde, faz hoje 50 anos. Caramba! Cinquenta. Eu que nem com trinta me via - y aqui estoy! - não imaginava a hora de aquela mulher com metro e meio e mais genica no sangue que uma gaiata de quinze, chegasse ao meio século. Dito assim, parece uma catrefada de anos, imaginamos uma pessoa com lenço na cabeça e avental, rugas na cara e nas mãos. Mas não. A minha tia é moça para dançar uma noite inteira na Kadoc. E aos 50 bem vividos consegue sempre dar a volta por cima, porque não é rapariga de baixar os braços. E é isto: admiro-a e amo-a com toda a força que este corpinho tem.
Ele era um colega, que hierarquicamente estava abaixo de mim. Entrou uns anos depois de mim para esta empresa. Foi galgando lugares enquanto um macaco come uma banana. Não me perguntem como, nem porquê. Eu desconfio, mas ia ter de dizer muito palavrão para me justificar, portanto permanecerei uma senhora de bico calado. De lugar em lugar, de tarefa em tarefa. Pouco me importa se tem a língua negra de tanta bota engraxada, se tem dificuldade em sentar-se ou se comeu o pão que o diabo amassou. Desde que ele não me prejudique, ele lá e eu aqui, e amiguinhos como dantes. Mas quando a verborreia atinge patamares de superioridade, não há como passar despercebido. Uma pessoa pode ignorar, mas e conseguir? É como tentar ignorar um mosquito a meio da noite, no quarto. Tu bem tentas, mas é mais forte que tu. A criatura vai fazer uma apresentação numa reunião. Já de si, a situação tinha aqui material de sobra para que o Ricardo Araújo Pereira fizesse um brilharete. O ser está incha
Comentários
Pelo meio século :o)
E ainda bem que a tia da Rita sabe viver a vida, com genica e vontade de sorrir.
Tenho a certeza que vai voltar daquela ilha salgada muito mais jovem :o)))
Baci*