Quando é que vamos até ao fundo das coisas? Chegamos? Não chegamos? Quando nos pomos a pensar no verdadeiro sentido que algumas coisas têm para nós, pensamos tanto, vasculhamos tanto, deitamos tanto fumo pelas orelhas que pensamos que chegámos ao busílis da questão! E eu, pensando no fundo das coisas, pensei que no fundo nunca chegamos a lado nenhum! Fundo... o mar, um buraco, o fundo do copo e da garrafa, o fundo da rua, o fundo do tacho, o fundo do bolso, o fundo do poço, o fundo do saco e o fundo da carteira, o fundo da fossa, o fundo monetário, o fundo da piscina, o fundo do rio, o fundo da sala, o fundo da gaveta, o fundo da pista, o fundo da boca, o fundo do palco, o fundo da terra, o fundo da linha, o fundo do prato, do fundo da alma, o fundo da mala, o fundo da casa, o fundo do sofá, o fundo da gruta, o fundo da questão, no fundo do mato, do fundo do coração, a fundo, sem fundo, no fundo... Vivemos rodeados de fundos profundos e outros que nem por isso. A uns chegamos e a outro...