Quando a saudade aperta, costumo viajar para fora de mim. Mesmo de olhos abertos, embarco num misto de nostalgia e deixo-me levar... só porque sim, só porque é bom. Não fico angustiada. A saudade é a recordação, é a falta que nos faz.. até pode ser o vazio que sentimos. Mas é o que vivemos. Se sentimos é porque fez parte de nós. E nós gostámos. Não se sente saudades do que não se gosta. Não se sente saudades do que não se viveu, não se sente saudades do que não nos ficou na lembrança e marcado na pele. Enquanto viajo nesse mundo de emoções, tudo vem ao de cima. É como o azeite na àgua, é como a verdade. Quase que dá para sentir o cheiro, o tacto. Recordar momentos passados, sentir o que já sentimos, com a mesma emoção, com o mesmo sabor, com a mesma intensidade. É como esfolhear um livro. Página a página, de trás para a frente, ler, reler e voltar a ler e ficar parado no tempo, esquecer as horas, saborear cada bocadinho como se fosse acabado de acontecer. Mesmo que tudo esteja enterrad...