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Pedes pouco para ser feliz. E és feliz de muitas outra maneiras, que eu sei. Mas isto, enfim.. isto está-te no sangue, na pele. Não precisas literalmente dela para viver, mas sem ela vives um pouco pela metade.
Nunca vi ninguém tão livre e descontraído como tu, quando assumes o controlo no guiador e rodas o punho. Cada ronco de motor é uma batida cardíaca. Vê-se nos teus olhos. Sente-se no teu sorriso de menino pequenino a quem se acabou de dar um doce. Como pode uma máquina fazer tanto pela felicidade de um homem? Um homem crescido, de barba rija, a ceder à adrenalina de voar baixinho, a entrar num mundo quase solitário onde o prazer de conduzir se sobrepõe a qualquer outra coisa.
Sim, tu pedes muito pouco para ser feliz. Duas rodas, cilindros em v ou em linha, o som apaixonante do motor, qual banda britânica em memorável sinfonia. A estrada à tua frente, sem destino nem hora marcada, umas boas curvas, o vento a favor e o sol a brilhar. A liberdade e a paixão com que te entregas é uma coisa que não sei explicar por palavras. Só te admiro. 
E arrumava agora dois pares de roupa, as escovas de dentes e as carteiras. Ia contigo onde quer que fosse. Só tu e eu, a estrada à nossa frente, sem destino, sem pressas. Só tu e eu e a nossa vontade de sermos estupidamente felizes. Só a tua alegria. Só o meu consolo de te ver feliz. E tu, que pedes tão pouco para o ser..
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Comentários

Gaja Maria disse…
Vai Rita vai e sê muito feliz :)

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A boa filha à casa torna..

... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4