Tem dias em que é um doce: faz tudo o que lhe mandamos, respeita as ordens, cumpre tarefas sem queixumes. Nunca foi de birras, nem de chinfrins. Mas tem uma veia que me deixa os cabelos em franja: faço o que me dá na bolha sem tomar atenção se realmente estou a fazer bem. E depois do mal estar feito, fica a olhar para nós, tipo carneiro mal morto, à espera da solução.
Desta vez vou ter de a ensinar a assumir os seus erros. Prometeu à sua melhor amiga que lhe oferecia um frasco de Nutella com o nome da menina. O pai comprou-lhe ontem o dito frasco e trouxe o autocolante com o nome da menina. Hoje ela achou que decidia o futuro daquilo. Vai daí, cheia de boas intenções -eu sei- colou o autocolante directamente no frasco por encetar. Resultado? Quando a amiga encetar o frasco, vai-se a personalização à vida. E o frasco de Nutella a dizer Matilde vai continuar a dizer Nutella, como outro qualquer frasco de Nutella normal.
Quando lhe expliquei o que tinha feito, perguntou se podia comprar outro. Não, não podes. E amanhã vais explicar à tua amiga que não tens nada para lhe dar porque estragaste o frasco.
Segundos depois achei que estava a ser dura, mas sei que assim ela vai aprender a lição de que se não sabe ao certo o que está a fazer, deve procurar ajuda.
E vou comprar outra Nutella e mais um autocolante a dizer Matilde e levo no fim das aulas. Sim, porque eu sou mãe, não a Cruella.
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