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Dizem que o bom atrai o bom. Que termos uma posição positiva e optimista nos leva a alcançar as nossas metas mais longínquas, os nossos patamares mais elevados. Parece-me bem. Embora me custe um bocado a acreditar que só com os pensamentos positivos é que lá chegamos, porque isto de viver tem mais do que se lhe diga. A vida não é perfeita para ninguém, não é cor-de-rosa ou azul ou da cor que lhe quisermos dar, porque os dias cinzentos e negros existem, os maus momentos acontecem, os infortúnios assombram.
Vai daí, dei por mim a questionar-me que raio de psicologia é esta, a de que estamos sempre muito bem e felizes, que a vida nos corre de feição, que encontramos sempre o caminho e as pessoas certas, invariavelmente as mais felizes também com a vida. E que tipo de realização, tanta felicidade e bem-estar nos proporciona esta postura sobre a vida.
Num dos blogs que costumo seguir, transpira-se felicidade. É porque sim, é porque não, é porque ai-que-eu-tenho-a-família-mais-feliz-do-mundo, é porque a minha casa blá blá blá, é porque eu só como coisas boas, posso estar do tamanho de um urso panda, mas sou tão feliz à mesma, extremamente realizada, sortudamente feliz. Não invejo, não critico, não condeno. Tenho o discernimento de não voltar a lêr, se assim o entender, afinal de contas sou uma pessoa adulta, que sabe bem por que caminhos andar. Para além disso, cada um faz do seu blog o que quer, escreve sobre o que quer, dá-lhe o tema que quer.
Mas desconfio. Desconfio sempre muito destas felicidades plenas e com ar de muito pouco naturais. Confesso que, para além de desconfiar, também admiro um bocado a capacidade de transparecer sempre que a felicidade é possível.
Mas.. e há sempre um mas para mim, não sei até que ponto estas posturas optimistas e positivas não deixam de ser um pouco falsas. Para quem defende com unhas e dentes a autenticidade das pessoas, impingir sempre a mesma cantiga de que somos todos muito felizes, parece-me contraditório. 
As pessoas zangam-se, as pessoas discutem, as pessoas perdem coisas, perdem oportunidades, acordam feias e sem disposição para fazer repastos culinários aos filhos; as pessoas chegam atrasadas, têm acidentes no trânsito; as pessoas ficam doentes, perdem empregos, têm contas para pagar; as pessoas não acordam e se deitam felizes todos os dias, porque as pessoas têm frustrações e medos, têm momentos de angustia e desespero. E as pessoas são assim porque a vida não é um conto de fadas.
Não concordo que se faça este tipo de lavagem cerebral, ao estilo da psicologia mais barata, que mais parece um tapar o sol com a peneira. Ensinem às pessoas que viver custa, que tem dias maus, mas que os bons fazem-nos esquecer os maus; escrevam que choramos muito mais do que gostaríamos, mas que muitas vezes é da raiva e da frustração que vamos arranjar força para seguir em frente; expliquem que estar triste não é o fim do mundo, pelo contrário, ensina-nos a valorizar muito mais pequenas coisas a que não damos importância. Escarrapachem nos vossos textos mensagens de paz, de amor, de conquista. Estas coisas são possíveis depois de grandes tormentas nas nossas vidas. Somos pessoas de carne e osso, temos os nossos defeitos, as nossas qualidades, as nossas grandezas e os nossos momentos de fraquezas. Vencemos, erramos, fazemos disparates. Vivemos. E [todos] sabemos isto: a vida não é um conto de fadas, por isso deixem de querer parecer princesas da Disney. 

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... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4