Há momentos em que acho que és uma espécie de ouriço caixeiro. De vez em quando [mais vezes do que gostaria] faço-te a mala, meia-dúzia de camisas engomadas, as gravatas e as calças de fato e fazes-te à estrada. O trabalho assim o obriga.
Não me queixo porque sei que é a obrigação de quem recebe o pão para a nossa boca. Mas reclamo, por dentro, aos gritos, o peso da tua ausência e as voltas que a nossa vida dá, de cada vez que tens de ir.
Hoje estás, mais uma vez, longe. São só uns dias, passa rápido, vais e vens depressa. Mas estás longe. Tão perto que até irrita, mas tão longe que me consome.
.. e esta casa, silenciosa demais.
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