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Hoje eu sou pequenina. Não no tamanho, nem na idade. Hoje eu sou pequenina, porque me sinto assim: pequenina. Todos os anos é a mesma história. Todos os anos sinto o mesmo formigueiro, a mesma emoção. Acho que até sinto os mesmos cheiros e a adrenalina quando os ponteiros do relógio se aproximam da meia-noite. Do meu dia.
Sempre adorei o meu aniversário, mas sempre detestei que fosse nesta altura do ano. Quando era criança, ainda pior. Primeiro, estava condicionada ao estigma da prenda dois-em-um: Natal e anos. Depois, estava sempre em período de férias, logo não podia festejar na escola com os amigos. Quase todos tinham direito a bolo na sala de aulas, menos eu. Quando cresci mais um pouco e queria festejar num bar ou discoteca, os amigos diziam que não podia ser, porque vinha aí a passagem de ano e os pais não deixavam ir a tudo, nem davam dinheiro para tantas saídas. Invariavelmente, ficava-me pelos lanches no café, ao fim da tarde e fim de história.
Poucos foram os anos em que tive um bolo com velas para soprar. Acho que nem estou acostumada a isso e sou capaz de corar e ficar envergonhada se tiver que soprar velas e ouvir os parabéns cantados para mim.
No fundo, o que eu gosto mesmo é de sentir que o dia é meu. Acreditar que mais ninguém nasceu neste dia e que eu sou uma pessoa especial. Uma autêntica tontice, eu sei, mas uma ilusão que me faz feliz.
Gosto que se lembrem, gosto que me escrevam, gosto que telefonem e mandem beijinhos e desejem felicidade. Gostava mesmo muito de fazer uma grande festa e convidar toda a gente que eu conheço e que gosta de mim. Gosto tanto de fazer anos que, o dia acaba e no dia seguinte eu ainda continuo a festejar o meu aniversário.
Enfim.. sei que ao longo destes anos fui crescendo em todos os sentidos. Estes 35 fazem de mim uma pessoa mais completa. Não tenho tudo o que quero, mas tenho tudo para ser feliz. E só isso me basta.

Comentários

Amor XXS disse…
Não faço em Dezembro mas é próximo e sempre ouvi essa conversa se fosse noutra altura recebia mais prendas! Quando somos crianças ficamos mais tristes.

PARABÉNS :) Que os 35 sejam recheados de alegrias e coisas boas.

Bj*
Richter disse…
"Todos os anos é a mesma história. Todos os anos sinto o mesmo formigueiro, a mesma emoção. Acho que até sinto os mesmos cheiros e a adrenalina quando os ponteiros do relógio se aproximam da meia-noite. Do meu dia."
Fiz 21 há umas semanas e pensei que já não fosse "normal" sentir isto. É que eu sinto exactamente o que escreveste :) (sabe tão bem! :D)
Richter disse…
E parabéns atrasados, já agora :)
Rita disse…
Obrigada meninas!! ;)

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A boa filha à casa torna..

... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4