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Do outro lado da linha, ela dizia-me que já não era dele. Eu estava sentada, e ainda bem! Se haviam almas que eu nunca imaginei que, um dia, se pudessem separar, eram aqueles dois. Depois de fechar a boca e engolir em seco, só lhe perguntei : «Estás bem?» Sim, estou muito bem.. e eu acreditei nela, porque a voz calma e serena não denunciaram nenhum fraquejar. Não lhe ficou mágoa, ou dor, ou aquele ódio momentâneo que sentimos pelo outro quando a relação chega ao fim. Ficaram-lhe as memórias dos bons tempos, a amizade que sentia por ele [muito mais que o amor que sentiu alguma vez e que o tempo desgastou]. E é isto, uma vida quase toda ao lado de uma pessoa, que julgamos ser para sempre. Mas que afinal, não é. 
«E ele?» Só chora.. Apercebeu-se agora que me ama.. mas agora é tarde.. E foi aqui que lhe senti a pena. Que tenha sido necessária toda uma luta por parte dela para salvar um amor, que se acomodou, que se deixou estar, que não fez nada por quebrar as rotinas. Que tenha sido necessário ela lutar sozinha por eles, mover montanhas, fazer das tripas coração. Que tenha sido necessário ela enfrentar a dor do fracasso e ter rendido as armas. Que tenha sido necessário ela desistir de lutar e ter partido. Foi disto que lhe senti a pena. Que depois de tanta luta, sem que dele sentisse desejo ou interesse, ele venha agora chorar que a ama. Agora, que para ela é tarde.

Quando é que deixamos morrer o amor? Quando é que nos acostumamos tanto à pessoa que temos ao nosso lado, que deixamos de lhe dar a atenção que ela merece? Damos como garantida uma relação, só porque nos baseamos no tempo que ela tem, ou nas coisas que comprámos em conjunto, ou no que dirão as pessoas que nos rodeiam? Ficamos tão presos à ideia de que temos tudo controlado, que a maior parte das vezes, nos esquecemos que o outro tem sentimentos, e desejos, e vontades. Quando é que uma relação deixa de ser vivida a dois, para ser só em função de um?

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Well..

.. ao que parece, está tudo benzinho com o pequeno. A mãe tem uma infecção urinária assintomática e já está a antibiótico e o pequeno parece estar feliz da vida. O líquido que verti pode bem ter sido xixi, porque com as infecções é normal acontecer.. digamos que com a gravidez também, porque o peso pressiona a bexiga. Mas, de qualquer das formas, ela mandou vigiar o assunto. Por isso, aqui estamos. Um dia de cada vez.. e espero que esta gravidez chegue ao fim sem nenhum problema de maior.. e que logo, logo o Manuel esteja nos meus braços saudável e perfeito.

ando cansada..

Uma pessoa cultiva amizades, faz por elas, muitas vezes, mais do que pela própria família; alteramos planos, mudamos vidas, fazemos das tripas coração para estar presente. Não fiz o que fiz por desejar algo em troca, porque quando achamos que há amizade, não precisamos esperar nada em troca.. ultimamente, vou espreitar o facebook e as minhas queridas amigas, na minha ausência (será?), parece que me substituíram muito rápido. Não fui eu que desapareci. Nos meus piores momentos, elas é que não estiveram lá. E hoje, que passo os dias sozinha, sempre à espera que o marido e a filha cheguem a casa para ter com quem conversar, ninguém (mas mesmo ninguém, impressionante!) me chega à porta.. Ando cansada, mesmo cansada de esperar e de acreditar que as pessoas tem as vidas ocupadas. Porra, existem dias de folga, existem telefones, eu não me mudei para a China..

isto faz o meu estilo #5