Ontem tive que fazer um bolo-relâmpago. O jantar de aniversário cá em casa sem vela para soprar estava fora de questão. Abri o frigorífico e a porta da despensa. Tinha quase todos os ingredientes habituais. [Quase.] Olhei pela janela da cozinha: estava a escurecer e soprava um vento frio de cortar à faca. Imaginei o cenário caótico do supermercado em hora de ponta; vi na minha mente a imagem dantesca de ter que embrulhar os miúdos em casacos, kispos, gorros e luvas e eu própria, e mala, e chaves, e pequeno ao colo e compras na mão. E pensei: nãaa. Isto hoje vai numa de pastelaria experimental.
Só vos digo uma coisa - estão à espera que conte o brilharete que fiz e de como sou uma doceira exímia? - nunca mais me armo em Nigella a (re)inventar receitas. Do bolo só se safou a decoração (arranjada em cima do joelho) e a ganache de chocolate (essa sim ma-ra-vi-lho-sa). Tudo o resto, que é só o mais importante, textura, sabor, qualidade foi uma vergonhosa tentativa de fazer um bolo.
Sim, também tenho destes dias. Noventa e nove por cento das vezes a coisa corre bem. Ontem foi um dia negro para a pasteleira de serviço. E perguntam vocês: o que é que fiz de errado? Duas coisas simples: usei manteiga sem sal e um chocolate em pó de marca desconhecida. Só. Foi o que bastou para me sair um bolo-furado.
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