O meu marido é assim uma espécie de super-homem lá para a malta do nosso centro de saúde, desde o dia em que defendeu uma médica de ser agredida por um utente enfurecido. [esse episódio de bravura fica para outro dia]
Ao ponto de eu ir lá pesar o miúdo e a nossa enfermeira me confessar que, «ai, o seu marido, a doutora está sempre a dizer que devíamos fazer um reconhecimento publico, e eu também acho».. e tudo assim muito melado, muito derretido, como se ele fosse o He-man cá do sítio. E tendo em conta que a tal doutora é uma gaiata nova e a enfermeira também, já não começo a achar muita graça ao herói.
Mas, adiante.
Estava eu, hoje de manhã, numa fila descomunal para pagar as análises que tinha ido fazer, quando o senhor meu marido entra no centro para me entregar as chaves do carro. Ora, eu já estava ali de pé (e esfomeada) há pelo menos 25 minutos. Assim que ele chega, é a minha vez de ser atendida. Quando as senhoras administrativas reparam nele, ficam logo todas sorrisinhos e disponíveis. E diz-me uma: «Então era para pagar? Tinha passado logo à frente, escusava de esperar aí na fila!»
Pois. Tá certo. Isto diz-me ela depois de ter estado 25 minutos com ar de onça a olhar para nós, a grunhir que quem não está ali para consulta tem de tirar senha e esperar na fila. Ok..
Pronto: aprendi a lição. A próxima vez que entrar naquele centro, mal ponha um pé lá dentro, abro a goela e anuncio: Cheguei! Sou a mulher do vosso-querido-salvador-das-mulheres-jovens-e-indefesas. Atendam-me já e depressa, se faz favor.
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