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 - Mamã.. Eles não me deixam jogar à bola com eles! O Salvador até me disse 'pira-te daqui!' e eu chorei, mamã. Eu queria mesmo jogar com eles, correr e marcar golos e eles não me deixam! Estou farta de ser sempre o árbitro ou o apanha-bolas. Isso é uma seca!

Primeiro controlei o riso. Imaginei-a a fazer de árbitro ou de apanha-bolas e delirei com a imagem. A minha pinta calçuda deve ser tão mázinha no futebol que os outros, os rapazes, não a deixam jogar. Eu percebo o lado deles. Ter ali uma menina (ainda que destemida, que eu sei que ela é) a atrapalhar não é nada fixe. Mas eu não lhe podia dizer isto, que concordava com eles, que ela não tem o mínimo jeito para o futebol. Não podia porque ela ia ficar muito zangada comigo. Então, com muita calma, lá lhe expliquei que era muito importante ser o árbitro. O árbitro é o dono do jogo, anda ali a ver se todos jogam como deve ser. E tem poderes: se um menino se porta mal a jogar à bola, o árbitro apita, mostra o cartão vermelho e expulsa-o do jogo. Logo, ser o árbitro é muito fixe.

- Boa mamã! Obrigada! Amanhã vou querer ser o árbitro, vou expulsar o Salvador do jogo e depois fico no lugar dele para marcar golos.

E pronto. Não tenho que ter receios. A minha filha é uma estratega de primeira. Prevejo um futuro brilhante!

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A boa filha à casa torna..

... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4