Conheço imensa gente que tem esta máxima na vida: eu sou a maior, comigo homem nenhum faz farinha e é vê-los a cair de redondo a meus pés. Falei no feminino, como podia ter falado no masculino. Conheço jogadores assim, de ambas equipas. Depois, é vê-la(o)s cair na sua própria esparrela, porque o amor não é isto. «Isto» é presunção, é um ego muito grande e uma enorme falta de consideração pelo próximo, ou pelo menos, um desprezar de capacidades do companheiro.
O amor é partilha, o amor completa, compreende, deixa-nos de beicinho. O amor é muito mais que ter uma pessoa nas nossas vidas. E é precisamente isso: ter uma pessoa na nossa vida. Não é brincar com ela como se faz com as bonecas, não é julgar que vestimos e despimos conforme a nossa vontade. Não é achar que temos tudo controlado. Porque o amor, prega-nos partidas. E muitas vezes nem sequer sabemos o que fazer com ele.
Por isso, quando me dizem que estão numa relação mas que saem dela assim que a coisa der para o torto, não me venham com a cantiga de que isso é amor. A isso chamo eu de encontro, de procura. Não de amor, definitivamente. Porque quando se ama, mesmo longe, nunca deixamos essa pessoa. Amá-la, tanto serve para as coisas boas como para as más. E muitas vezes, só descobrimos que é amor quando estamos tão longe, que a saudade não nos cabe no peito e que o sentimento nos escorre pelas lágrimas.
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