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A casa está silenciosa. Ao longe o barulho de fundo da tv, com um som do Prince a tocar. Aqui perto, o som das teclas que vão preenchendo este silêncio. Os meus amores partiram para norte. Eu fiquei no sul. O amor-pai vai para as ilhas. Os amores-filhos ficam com os avós. Eu? Fico a trabalhar e a ouvir este silêncio que [já] não pertence a esta casa, que [já] não faz parte dos meus dias, da minha vida.
E embora a minha rotina seja cansativa, ao ponto de ao fim do dia eu querer é ver todos pelas costas e dormir como se não houvesse amanhã, não a troco por nenhuma calma e tranquilidade. Os barulhos e o bagunça, o trabalho que dá esta casa, o cansaço que me pesa no corpo cuidar desta família, fazem de mim um mulher realizada e feliz.
Sei que são poucos os dias que nos separam, que enquanto o outro esfrega o olho, o tempo passa e estaremos todos juntos de novo. Nesse dia, no meio da confusão que é esta casa, eu descansarei e saborearei melhor o silêncio que uma barulheira feliz pode fazer. O barulho de um lar que se ama.






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Well..

.. ao que parece, está tudo benzinho com o pequeno. A mãe tem uma infecção urinária assintomática e já está a antibiótico e o pequeno parece estar feliz da vida. O líquido que verti pode bem ter sido xixi, porque com as infecções é normal acontecer.. digamos que com a gravidez também, porque o peso pressiona a bexiga. Mas, de qualquer das formas, ela mandou vigiar o assunto. Por isso, aqui estamos. Um dia de cada vez.. e espero que esta gravidez chegue ao fim sem nenhum problema de maior.. e que logo, logo o Manuel esteja nos meus braços saudável e perfeito.

ando cansada..

Uma pessoa cultiva amizades, faz por elas, muitas vezes, mais do que pela própria família; alteramos planos, mudamos vidas, fazemos das tripas coração para estar presente. Não fiz o que fiz por desejar algo em troca, porque quando achamos que há amizade, não precisamos esperar nada em troca.. ultimamente, vou espreitar o facebook e as minhas queridas amigas, na minha ausência (será?), parece que me substituíram muito rápido. Não fui eu que desapareci. Nos meus piores momentos, elas é que não estiveram lá. E hoje, que passo os dias sozinha, sempre à espera que o marido e a filha cheguem a casa para ter com quem conversar, ninguém (mas mesmo ninguém, impressionante!) me chega à porta.. Ando cansada, mesmo cansada de esperar e de acreditar que as pessoas tem as vidas ocupadas. Porra, existem dias de folga, existem telefones, eu não me mudei para a China..

isto faz o meu estilo #5