Aqui, ainda não eram bem dez da manhã e já deviam estar para aí uns 30 graus. Não se aguenta. Não corria uma brisa que seja, para refrescar a pele. Deve-se estar tão bem na praia.. E eu, em estado 'lontra, mais lontra não há' (entenda-se no tamanho e vagareza, porque estar de molho - not!), suspiro e praguejo contra este calor imenso, este verão que parece que chegou para ficar. Daqui por uns dias, isto passa-me e vou agradecer ter as noites quentes para poder (de vez em quando) passear o piolho e a mana. Mas por enquanto, estou aqui a destilar veneno e inveja de todos quantos estão de toalha estendida na praia ou numa piscina. De molho, literalmente.
Uma pessoa cultiva amizades, faz por elas, muitas vezes, mais do que pela própria família; alteramos planos, mudamos vidas, fazemos das tripas coração para estar presente. Não fiz o que fiz por desejar algo em troca, porque quando achamos que há amizade, não precisamos esperar nada em troca.. ultimamente, vou espreitar o facebook e as minhas queridas amigas, na minha ausência (será?), parece que me substituíram muito rápido. Não fui eu que desapareci. Nos meus piores momentos, elas é que não estiveram lá. E hoje, que passo os dias sozinha, sempre à espera que o marido e a filha cheguem a casa para ter com quem conversar, ninguém (mas mesmo ninguém, impressionante!) me chega à porta.. Ando cansada, mesmo cansada de esperar e de acreditar que as pessoas tem as vidas ocupadas. Porra, existem dias de folga, existem telefones, eu não me mudei para a China..
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