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adoro aquelas publicidades tipo auto-ajuda!

Especialmente as que metem exemplos como o Mourinho ou o Ronaldo. Sim, claro, todo e qualquer comum mortal tem a estimulação (financeira) que eles têm para fazer mais e melhor, para se tornarem campeões e vingarem por essa vida fora. Acho imensa piada aos exemplos, porque são pessoas que vingaram num mundo em que aquilo que se recebe por mês é um atentado à pobreza, à fome envergonhada, aos salários mínimos para aqueles que se levantam da cama às cinco da manhã e vão para uma fábrica produzir bens. Produzir. Coisa bem diferente de 'entreter' com passes de bola e golos fantásticos.
Querem os senhores da publicidade convencer alguém, utilizem pessoas que vingaram na vida dando no duro, com esforço e sonhos falhados, com lágrimas e suor, com horas de estudo nas pestanas, com anos de trabalho pesado no lombo. Com pessoas que tenham alcançado o sucesso com a força do seu trabalho e dedicação. E entendam que compreendo que treinar diariamente seja duro.. mas andar na faina também é e não conheço nenhum pescador que ande montado no carro mais caro do mundo, por exemplo.
De que me serve a motivação de alguém mediático, que vive num mundo a que a esmagadora maioria dos outros cidadãos do planeta não tem acesso? No que é que me faz feliz ouvir o relato fingido (e bem pago para o fazer) de uma pessoa que não passa pela mínima dificuldade? Pelo mínimo desconforto? Pela mínima ansiedade de saber que futuro deixar para os seus filhos?
Eu quero é ouvir histórias de gente real, de gente como eu, que lutou e venceu na vida. E que se hoje está bem é porque fez por isso. Porque, todos nós já sabemos, nas profissões de 'entreter', que são as mais bem pagas do mundo, entram aqueles que nasceram de rabo virado para a lua, ou os muito bem relacionados. Todos os outros, sonham em frente da tv.

Comentários

trintona disse…
Gostei muito deste post.
Tens toda a razão!

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A boa filha à casa torna..

... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4