.. mas estou [finalmente!] no caminho da salvação. Sabem quando achamos que tudo o que estávamos a pensar acerca de determinada pessoa, seria um bocadinho fruto da nossa tendência para exagerar? Pois, eu convenci-me disso. Que depois das ausências, no fundo até poderia haver uma desculpa ou uma justificação muito forte. Parva que sou. E apercebi-me disso mesmo a tempo de me dar uma de madre Teresa e desatar a perdoar atitudes a tudo o que é gente. Ontem, depois de mais umas revelações fantásticas (publicas, aliás!) que fiquei a saber, mais uma vez não fazemos parte dos planos de quem julgávamos ser amigos. Literalmente fomos trocados. Sim, e podem dizer que é dor de corno e ciume e julgar-me como quiserem. A mim, sempre me ensinaram que quem não se sente.. e pronto, senti-me. Portanto, depois do choque, limpei a lagrimazita de comoção e decepção que se me assombrou no olho e decidi colocar uma pedra no assunto. Fui. Tenho mais que fazer com a minha vida do que ficar à espera que as pessoas se comportem como eu o faria.
Ele era um colega, que hierarquicamente estava abaixo de mim. Entrou uns anos depois de mim para esta empresa. Foi galgando lugares enquanto um macaco come uma banana. Não me perguntem como, nem porquê. Eu desconfio, mas ia ter de dizer muito palavrão para me justificar, portanto permanecerei uma senhora de bico calado. De lugar em lugar, de tarefa em tarefa. Pouco me importa se tem a língua negra de tanta bota engraxada, se tem dificuldade em sentar-se ou se comeu o pão que o diabo amassou. Desde que ele não me prejudique, ele lá e eu aqui, e amiguinhos como dantes. Mas quando a verborreia atinge patamares de superioridade, não há como passar despercebido. Uma pessoa pode ignorar, mas e conseguir? É como tentar ignorar um mosquito a meio da noite, no quarto. Tu bem tentas, mas é mais forte que tu. A criatura vai fazer uma apresentação numa reunião. Já de si, a situação tinha aqui material de sobra para que o Ricardo Araújo Pereira fizesse um brilharete. O ser está incha
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