A palavra de que eu gosto mais é não. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim.
José Saramago
Eu também gosto do não. Permite-me ser livre, sim. Enquanto não aprendi a dizer 'não', nunca fui verdadeiramente eu. Nunca vivi, verdadeiramente, a minha vida. Dos sim que dizia a toda a gente, mesmo querendo dizer não, fui deixando para trás uma parte da minha vontade, do meu ser, daquilo que acreditava ser. E só quando me apercebi que a chave da mudança estava no aprender a dizer aquela palavra tão pequena, é que mudei completamente o rumo da minha vida. Não, não é um caso de prepotência, de egoísmo, de negação ou negativismo. É um caso de amor-próprio. Que me fez viver mais para mim, percebendo-me melhor, tornando os meus dias menos escravos dos apetites dos outros. Digo sim quando também eu quero esse sim. Já não o digo só porque não consigo dizer não.
Comentários
Parabéns por conseguires por aqui tudo o que pensas...as vezes a mim falta-me as palavras certas.
Bom dia querida e hoje eu tenho a certeza que não é um dia Não :o)
Baci*
Boa semana
:)