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Não.!

A palavra de que eu gosto mais é não. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim.  

José Saramago

Eu também gosto do não. Permite-me ser livre, sim. Enquanto não aprendi a dizer 'não', nunca fui verdadeiramente eu. Nunca vivi, verdadeiramente, a minha vida. Dos sim que dizia a toda a gente, mesmo querendo dizer não, fui deixando para trás uma parte da minha vontade, do meu ser, daquilo que acreditava ser. E só quando me apercebi que a chave da mudança estava no aprender a dizer aquela palavra tão pequena, é que mudei completamente o rumo da minha vida. Não, não é um caso de prepotência, de egoísmo, de negação ou negativismo. É um caso de amor-próprio. Que me fez viver mais para mim, percebendo-me melhor, tornando os meus dias menos escravos dos apetites dos outros. Digo sim quando também eu quero esse sim. Já não o digo só porque não consigo dizer não.

Comentários

Anónimo disse…
Como eu gosto de ler estas coisas!
Parabéns por conseguires por aqui tudo o que pensas...as vezes a mim falta-me as palavras certas.
Bom dia querida e hoje eu tenho a certeza que não é um dia Não :o)

Baci*
Ana C. Martins disse…
Tens toda a razão e concordo contigo mas ainda nao o aprendi a fazer, e sei que faço mal. A maturidade vai-me ajudar a dizer não a determinadas situações que eu digo sim, espero eu :)

Boa semana
:)
Unknown disse…
e que sensação boa que é essa liberdade ... chuac princesa**
Compreendo perfeitamente o que queres dizer! Eu sou daquelas pessoas que diz mais «sim» do que «não» porque tento sempre agradar tudo e todos, quando deveria era colocar-me a mim própria em primeiro lugar!

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... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4