Vou alimentando estes dias da melhor maneira que sei e posso. Não é difícil gerir tamanha avalanche de sentimento.s que deambulam pelo meu corpo. Nas incertezas e certezas, vou deixando o tempo passar, na esperança de que tudo esteja bem, como deve ser. E quando vou mais ao fundo da questão, as hormonas encarregam-se de me mostrar o meu lado bipolar, disparando para todas as direcções, sem ver caras nem corações. A alegria e a dúvida deitam-se muitas vezes comigo, partilhamos a almofada, como se fossemos trigémeas. Não me adianta nada andar num limbo, pois no final só resta uma coisa, agarrar-me à vida e conjugar o verbo vencer, uma e outra vez, como se de um novo começo se tratasse sempre. E no fundo, é isso mesmo. Cada dia que passa é um recomeço.
Uma pessoa cultiva amizades, faz por elas, muitas vezes, mais do que pela própria família; alteramos planos, mudamos vidas, fazemos das tripas coração para estar presente. Não fiz o que fiz por desejar algo em troca, porque quando achamos que há amizade, não precisamos esperar nada em troca.. ultimamente, vou espreitar o facebook e as minhas queridas amigas, na minha ausência (será?), parece que me substituíram muito rápido. Não fui eu que desapareci. Nos meus piores momentos, elas é que não estiveram lá. E hoje, que passo os dias sozinha, sempre à espera que o marido e a filha cheguem a casa para ter com quem conversar, ninguém (mas mesmo ninguém, impressionante!) me chega à porta.. Ando cansada, mesmo cansada de esperar e de acreditar que as pessoas tem as vidas ocupadas. Porra, existem dias de folga, existem telefones, eu não me mudei para a China..
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