A trabalhar durante a noite há 4 dias, estou com o ar que uma desenterrada deve ter. Amarro o cabelo num rabo-de-cavalo, escondo-me atrás dos óculos escuros, emborco uma chavena enorme de café pela goela e desafio o mundo às três da tarde. Meto-me no carro e vou em piloto automático até à porta da escola da pequena. O mundo dela está quase desfeito com falta de energia, que a gastou toda em correrias, jogos e saltos no recreio. O meu mundo acabou de acordar. É isto. Ser uma mãe moderna, que trabalha por turnos e mal dorme. Não me queixo, esta foi a vida que escolhi. E estou feliz por ela ser assim. Haja saúde, haja alegria! (e música!)
Se isto não é um exemplo de modernidade, não sei o que lhe chamar. A rapariga não é só a rainha de Espanha, é uma mulher moderna. E como mulher moderna que se preze, cuida da sua imagem. E só por esse gesto de corte com o tradicional e o correcto, só posso aplaudir a atitude. Já não posso dizer o mesmo da magreza. Num momento em que se apela ao fim da magreza extrema como sinónimo de beleza, num momento em que se defende um corpo saudável, ela aparece com as costas a descoberto.. e não consigo pensar em nada de positivo nesta imagem.
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