.. uma rapariga e um rapaz que resolveram casar depois de 8 anos a juntar trapos e a compartilhar amor e carinho. Ela, igual a ela própria, duas horas antes da cerimónia já estava mais que despachada, apressada e nervosa para que tudo desse inicio. Tratou de ir ver a quinta ainda não eram bem oito da manhã, lavou o carro do pai, foi pentear-se e maquilhar-se, foi comprar frangos assados para o almoço, andou a fazer de chouffer da mãe, das primas, da avó. Vestiu-se sozinha, porque os rituais ameaçam-lhe os nervos e só pediu ajuda para apertar os colchetes de cima. Estava em pânico porque duas horas antes a cabeleireira de sempre, que nesse dia também era convidada, ainda não tinha aparecido para lhe colocar o véu. Teve de esperar, no carro, que todos chegassem à igreja, para poder brilhar e diz a madrinha que a noiva já dizia coisas impróprias para consumo, tal não eram os nervos. Ele, igual a si próprio, bem podia ter sido ele a vestir-se de branco e a usar o véu, pois demora sempre mais que uma noiva para se despachar, alcunha essa que ainda perdura nas brincadeiras que ambos têm. Porque o cabelo tem de estar milimetricamente desalinhado, elegantemente desarranjado. Acordou tarde e a más horas para tudo o que tinha que fazer. Almoçou no Mac um hamburguer que não lhe matou a fome. Guiou a duzentos o cabrio que nos levaria daquele cenário idílico que escolhemos para dar o nó. Vestiu-se a rigor e chegou em cima da hora, àquela pequena capela em frente ao mar, nervoso, muito nervoso. E enquanto o sol se punha no mar, ela entrou pela mão do pai, fez força para não chorar, ele emociou-se, pegou-lhe na mão, olhou-a como se fosse a primeira vez e talvez a última, pois olhares daqueles não se esquecem nunca e num misto de emoção e tranquilidade sussurrou-lhe que estava linda. Ela, aí descansou, pois sabia que, a partir daquele momento já nada mais importava. Tudo estava bem. Estava a casar-se com o homem da sua vida. Estava a casar-se com a mulher da sua vida. Felizes. No dia mais feliz das suas vidas até então. O mundo lá fora não importava, só que estavam juntos.
Uma pessoa cultiva amizades, faz por elas, muitas vezes, mais do que pela própria família; alteramos planos, mudamos vidas, fazemos das tripas coração para estar presente. Não fiz o que fiz por desejar algo em troca, porque quando achamos que há amizade, não precisamos esperar nada em troca.. ultimamente, vou espreitar o facebook e as minhas queridas amigas, na minha ausência (será?), parece que me substituíram muito rápido. Não fui eu que desapareci. Nos meus piores momentos, elas é que não estiveram lá. E hoje, que passo os dias sozinha, sempre à espera que o marido e a filha cheguem a casa para ter com quem conversar, ninguém (mas mesmo ninguém, impressionante!) me chega à porta.. Ando cansada, mesmo cansada de esperar e de acreditar que as pessoas tem as vidas ocupadas. Porra, existem dias de folga, existem telefones, eu não me mudei para a China..
Comentários
Estavas linda linda...
Bjstos venham mais 8
venham muitos muitos muitos mais assim :)
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Ha dias em que deixo de acreditar no mundo todo.
Valha-nos estas historias, as vossas historias, que sao partilhadas connosco e que nos fazem ter um pinguinho de esperança que talvez ainda haja qualquer coisa assim parecido à minha espera num futuro...
Felicidades aos montes Rita!!!
Muito amor e carinho, agora partilhado a três :o)
Baci*
E sim, Mary, só é necessário nunca deixarmos de acreditar.. e elas acontecem. Nem tudo é fácil, querida.. mas ao menos o amor é real.
Beijinho!!