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Não há volta a dar, não há.

Imaginem que acreditam piamente que estão rodeados de pessoas que vos querem bem, que são vossas amigas. Não falo dos pais, irmãos e filhos, parentes, maridos ou namorados. Falo dos amigos. Daqueles com quem não temos pingo de sangue em afinidade, mas que muitas vezes fizemos mais por eles do que pela nossa avó. Falo desses, a quem pedimos conselhos, a quem contamos as nossas vidas, com quem saímos para beber uns copos e dançar, a quem emprestamos até o batom do cieiro se for preciso. Acreditem que têm, vá, uma mão cheia desses amigos, que vocês prezam e que julgam que o mesmo se passe com eles.
Agora, experimentem passar por uma situação difícil, que esses amigos têm conhecimento, porque tal como fazem parte da vossa vida para as coisas boas, também fazem para as más. (certo?) Porque aquele ditado de que os amigos são para as ocasiões, é verdadeiro, não é? Parece-me que sim. E esperamos, esperamos e esperamos que alguem se manifeste, que alguém nos conforte, que alguém amigo nos demonstre que está aqui, ao nosso lado, para o que der e vier.

Não peço que me sufoquem. Eu não gosto de sufocos, de que andem em cima de mim a perguntar-me de 10 em 10 minutos se estou bem, se preciso de alguma coisa. Eu gosto de chorar sozinha, de espernear e gritar sozinha. Consigo gerir melhor as minhas frustações na solidão. Mas eu preciso dos meus amigos, quando realmente mais me fazem falta. Nem que seja para ter a certeza de que estão ali, à mão de semear se eu precisar deles urgentemente. Preciso de um abraço, para sentir que não estou só.

Hoje, dois dias passados de um mau dia que foi o domingo, para além da minha mãe, da minha sogra e do meu indescritivel marido, não sei onde andam os amigos que julgava que tinha. E, que afinal, parece mesmo que não tenho.

Se tenho pena? Tenho. Tenho pena de ter sido tão parva, de me ter entregue tanto, de ter dado muito mais de mim do que deveria dar. Felizmente, há sempre uma altura em que abrimos a pestana, em que a vida nos mostra como realmente as pessoas são, o quão egoístas se tornaram. E para mim, essa altura chegou.

Comentários

É tão verdade que dói. Infelizmente, e por norma, nas piores alturas, descobrimos que aqueles que pensávamos serem os nossos pilares, as nossas bóias de salvamento, não o são na verdade. Às vezes até nos "afogam" mais. Cabe-nos a nós mostrar-lhes de que fibra somos feitos. Muita força Rita! *
Coquinhas disse…
é um facto, quando precisamos realmente de alguem puff...parece que ninguem tem tempo. eu tenho reparado nisso ultimamente, nao em mmentos maus, mas por exemplo as vezes apetece-me falar com alguem...ligo e nada...e ligo e nada...e ligo e nada...e depois? quantos é que perg se se passou algo ou porque liguei? quase ninguem...e eu percebo que se precisasse mesmo de algo ou alguem também nao ligariam de volta. é triste :s
Anónimo disse…
Acho que toda a gente abre a pestana desta forma pelo menos uma vez na vida. E, infelizmente, isto acontece cada vez mais vezes :S
mary disse…
É sempre nestas alturas, nestas horas, que a gente vê quem realmente se importa connosco. E é quase sempre nestas horas que a juntar àquilo que já sentimos ainda ficamos pior ao tirar certas conclusões... A verdade é que muitas vezes - eu sinto isso - as queridas pessoas que me leêm e me seguem dão uma palavra muito mais amiga e confortante que tantos outros que a podiam e deviam dar pessoalmente e deles, puf, nem vê-los...
Pelo menos nós estamos aqui *
Aprendemos sempre, de uma maneira ou de outra. Pena é que aprendamos mais vezes à custa das mais duras lições de vida...
beijo grande

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... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4