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pontas, pontinhas, patadas.


Muitas vezes andamos nas pontinhas dos pés para não incomodar os outros. Ou porque não queremos que acordem, ou porque temos receio que os incomode ou, simplesmente, porque não queremos que reparem que andamos por aí. Por uma questão de respeito, de receio ou de timidez, fazemos um esforço danado e uma ginástica de pernas, que muitas vezes nos trancendem. Andamos numa posição que não é segura. Podemos magoar-nos ou provocar lesões em nós permanentes. E, na maioria dos casos, como não temos preparação para tal, é tão incómodo como doloroso.
É a merda de condição que muitas vezes nos impõem, para parecermos bonitos e boas pessoas. Não damos os passos certos e seguros, porque temos medo que pareçam mal. E isto aplica-se a tudo. E a todos. Quem nunca andou nas pontas dos pés, que atire a primeira pedra.
E, de repente, andamos nós a tratar os outros nas palminhas e a fazer um esforço desgraçado no meio de point tendus e pliés e eis que, para nosso grande melão, os outros avançam na nossa direcção em passo de elefante. Sem medos, sem receios, sem qualquer tipo de problemas. E passam por cima, se não nos pomos a pau.
Como é? Ainda acham que merece a pena andar assim? Com tanto elefante à solta? Cá por mim, acabou-se o ballet, que já não tenho idade para isso. Nem vontade.

Comentários

Ai Rita, este post ficou a martelar na minha cabeça... tanta razão minha querida, e eu cheia de entorses ...
beijo grande
Jay SRD disse…
E agora chegou o FMI com uma manada de elefantes...
Movimento Moda disse…
Percebo o que dizes... Ser uma "People Pleaser" é complicado. Só mostra que nos preocupamos mais com os outros do que connosco.

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... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4