Porque hoje estou feliz. Porque hoje consegui. Porque hoje não podia ter corrido melhor. Porque hoje acreditei. Porque hoje fui confiante. Porque hoje arrasei. Porque hoje pus-me à prova e superei-me. Porque hoje vesti a confiança e perfumei-me no empenho. Porque hoje o sol brilhou para mim. Porque hoje levei o teu amiguinho para me dar sorte. Porque hoje o teu sorriso me deu força. Porque hoje fui sem medo. Porque hoje estava nervosa mas isso não se notou. Porque hoje não foi um dia normal. Porque hoje a primavera floriu em mim. Porque hoje tive a prova que precisava. Porque, para hoje, nada planeei, tudo se compôs por obra e graça do universo e correu bem.
Ele era um colega, que hierarquicamente estava abaixo de mim. Entrou uns anos depois de mim para esta empresa. Foi galgando lugares enquanto um macaco come uma banana. Não me perguntem como, nem porquê. Eu desconfio, mas ia ter de dizer muito palavrão para me justificar, portanto permanecerei uma senhora de bico calado. De lugar em lugar, de tarefa em tarefa. Pouco me importa se tem a língua negra de tanta bota engraxada, se tem dificuldade em sentar-se ou se comeu o pão que o diabo amassou. Desde que ele não me prejudique, ele lá e eu aqui, e amiguinhos como dantes. Mas quando a verborreia atinge patamares de superioridade, não há como passar despercebido. Uma pessoa pode ignorar, mas e conseguir? É como tentar ignorar um mosquito a meio da noite, no quarto. Tu bem tentas, mas é mais forte que tu. A criatura vai fazer uma apresentação numa reunião. Já de si, a situação tinha aqui material de sobra para que o Ricardo Araújo Pereira fizesse um brilharete. O ser está incha
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