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boa noite, meu amor

amanhã vamos acordar assim, enrolados um no outro, no quente dos nossos lençóis e do nosso edredon IKEA. Amanhã vamos acordar assim, sentindo o respirar pausado e o bater tranquilo dos nossos corações. E pouco vou dizer e nem sequer te deixo falar, porque acabados de acordar, parece que alguma coisa morreu durante a noite nas nossas bocas, e até a sensodine espumar por entre os lábios, vamos sussurrar coisas a uma distância de segurança. Amanhã vamos acordar assim, até que o sol entre de rompante no nosso quarto e ilumine as paredes, sem despertador, sem pressas. Amanhã vamos acordar assim, apaixonados, mais que nunca, e vais fazer-me festas no cabelo e vou esperar deitada que me tragas o pequeno-almoço à cama.. e eu sei que não o vais fazer, mas também não me importo nada, porque o romantismo da cena nada tem a ver com as habilidades culinárias que não possuis. Mas foi por isso que me casei contigo. Porque amar-te significa que também tenho de te mimar. E dizem por aí que é pelo estômago que vos conquistamos. E porque acho que, embora não sejas um Jamie ou um Chakall, me alimentas de outras formas, que só tu és capaz de fazer. Como essa capacidade estonteante que tens de me fazer rir, enquanto ainda estou em modo sonâmbulo. Amanhã vamos acordar assim. Mas por enquanto, vamos dormir.


Comentários

Que bonito. Lindo. O amor é mesmo isto: o somatório das pequenas coisas, na certeza de que o estrutural permanece.
beijo grande e doce

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A boa filha à casa torna..

... mesmo que depois de um interregno de quase 3 anos. Podia contar a história daquela que foi ali comprar tabaco e nunca mais apareceu. Poupo-vos o melodrama. No meu caso, é mais a história daquela a quem a vida se voltou de pernas para o ar, que sem saber como nem porquê, vim parar ao médio oriente e já por aqui ando há quase dois anos.  Nos entretantos, traí o blogger com o Wordpress. Relações modernas. Nada de mais. É que lá estava mais à vontade para falar da vida de emigrante. Mas, não há amor como o primeiro [dizem], bateu uma saudade imensa. Vim aqui de soslaio, só naquela de ver se ainda sentia a química. Nem de propósito ser o primeiro dia do ano e, tal e qual uma ressacada, não resisti em reacender a chama. Se é para toda a vida, até que a morte nos separe? Não sei. Talvez. Quem sabe. Até agora estamos a ganhar ao José Carlos Pereira e à Liliana Aguiar no junta-separa. 

isto faz o meu estilo #4