Hoje fui ao tribunal. Supostamente, na qualidade de testemunha do Ministério Público. O nome do réu era estrangeiro e não me dizia absolutamente nada. Mas, como funcionária do aeroporto, volta e meia acontecem situações com os passageiros, que nos fazem ter de ir ao tribunal.. por isso, ia tranquila. Era do trabalho, de certeza.
Quando lá cheguei e entrei na sala de audiências é que fiquei a saber que não ia pelo que pensava ir. Afinal, ia como testemunha de uma agressão (por acaso de um passageiro) a uma colega minha. Mas, a queixosa não se encontrava na audiência. O Sr Juiz perguntou-me se sabia como comunicar com ela. Anui. Liguei 2 vezes e não atendia. Devia estar a trabalhar. Liguei para o trabalho e lá me puseram ao telefone com ela.
Óh miga! Então não vens ao tribunal?
Tribunal? Mas que tribunal? Mas porque?
Conclusão: marcam uma audiência, convocam testemunhas, mandam vir uma advogada do ministério público de Lisboa, marcam video-conferência com o holandês agressor, contratam uma guia-interprete que fale holandês e português. Estão um Juíz, dois advogados, a advogada do ministério público, um administrativo e um oficial de justiça às voltas com a video-conferência na sala, menos a queixosa, porque se esqueceram de a notificar. Não é uma maravilha?
Então, lá vem a rapariga a deitar os bofes pela boca, do trabalho até ao tribunal, com uma camada de nervos em cima por não saber muito bem o que se passava, para entrar na sala e o Sr Juiz quase lhe pedir com todas as letras e por favor que desistisse da queixa porque o processo não ia dar em nada, só ia dar trabalho e gastos ao estado português. Espetáculo.
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