Já ninguém me surpreende, nem me engana ou me desilude. Quando passei pelos piores momentos, quem esteve presente contou-se pelos dedos de uma mão. Hoje, que a maioria dos dias, os passo sozinha, promessas de pessoas que dizem querer muito estar comigo, já não me dizem nada. Já não espero nada, de quem só vive o mundo à volta do seu umbigo. E dou por mim, capaz de me morder toda, porque em tempo, mudei a vida (e até mudava a pele, se fosse preciso!) para estar junto de quem precisou de mim. Isso aborrece-me, faz-me parecer parva. Na realidade, ainda tenho de levar muita porrada da vida..
Ele era um colega, que hierarquicamente estava abaixo de mim. Entrou uns anos depois de mim para esta empresa. Foi galgando lugares enquanto um macaco come uma banana. Não me perguntem como, nem porquê. Eu desconfio, mas ia ter de dizer muito palavrão para me justificar, portanto permanecerei uma senhora de bico calado. De lugar em lugar, de tarefa em tarefa. Pouco me importa se tem a língua negra de tanta bota engraxada, se tem dificuldade em sentar-se ou se comeu o pão que o diabo amassou. Desde que ele não me prejudique, ele lá e eu aqui, e amiguinhos como dantes. Mas quando a verborreia atinge patamares de superioridade, não há como passar despercebido. Uma pessoa pode ignorar, mas e conseguir? É como tentar ignorar um mosquito a meio da noite, no quarto. Tu bem tentas, mas é mais forte que tu. A criatura vai fazer uma apresentação numa reunião. Já de si, a situação tinha aqui material de sobra para que o Ricardo Araújo Pereira fizesse um brilharete. O ser está incha
Comentários
um beijinho
Maggie
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